Entre as pessoas que conseguiram renegociar suas dívidas no Feirão Limpa Nome da Serasa Experian, a maioria entrou no vermelho por causa de dívidas com cartão de crédito, incluindo também cartões de lojas e varejo. Das 350 mil dívidas renegociadas na primeira semana, 32,9% eram deste segmento.

Bancos e empresas de telecomunicação também se destacaram entre as empresas mais procuradas por consumidores inadimplentes em busca de quitação de suas dívidas.

O número de dívidas renegociadas na primeira semana de feirão já é maior do que a quantidade total da edição do ano passado. Segundo a Serasa, 320 mil pessoas, aproximadamente, limparam seus nomes no feirão de 2016.

“Este alto número de negociações em poucos dias mostra a preocupação dos brasileiros em resolver suas dívidas”, disse em nota o diretor de Estratégia da Serasa Experian, Raphael Salmi.

Como limpar o nome

Os consumidores poderão renegociar suas dívidas diretamente com as empresas credoras que estiverem participando. Para fazer isso, é preciso se cadastrar no site do Feirão da Serasa. Quem não sabe se está com o nome sujo pode fazer uma consulta gratuita para verificar se há pendências no CPF.

Para renegociar sua dívida no feirão, o consumidor inadimplente deve verificar se a empresa para a qual está devendo está participando do programa. Segundo a Serasa Experian, o feirão terá empresas de diversos segmentos, como bancos e financeiras, telefonia, lojas e recuperadoras de crédito.

No feirão, as empresas irão oferecer descontos e mudanças nos prazos de pagamento de dívidas atrasadas. A negociação será feita online, por e-mail ou chat, ou por telefone. Algumas empresas já terão ofertas preestabelecidas, disponibilizando simulação e boletos para a quitação de dívidas.

3 dicas para colocar as contas em ordem

Veja abaixo 3 dicas para consumidores com o nome negativado conseguirem sair do vermelho e manter as contas em dia. Para elaborá-las, o G1 ouviu Paulo Azevedo, professor de estratégia financeira do Ibmec SP, e Bernardo Pascowich, fundador do buscador de investimentos Yubb.

1. Faça um diagnóstico do seu orçamento

Para saber quais gastos é possível cortar para enxugar o orçamento, o consumidor deve conhecer suas despesas. A dica parece óbvia, mas os especialistas comentam que muitas pessoas não conhecem os gargalos do orçamento com muita precisão.

“Educação financeira é que nem alimentação: a pessoa que engorda e diz que não sabe o porquê, na verdade, não percebe o que está comendo”, diz Azevedo.

Ele recomenda fazer um acompanhamento mensal de todos os gastos, e em seguida dividi-los por categoria. Assim, será possível diagnosticar quais são os cortes possíveis. “Se as pessoas gastam a mais com supérfluos, deixam a conta de água para trás”, explica.

2. Preste atenção nos parcelamentos

O descontrole com o acúmulo de compras parceladas é motivo de entrada de muitos consumidores na lista de devedores. Segundo a Serasa, as dívidas com bancos e cartões de crédito são a maior proporção na divisão por segmentos, com quase 30%.

Ao renegociar sua dívida, o consumidor deve ter em mente que estará assumindo mais uma parcela (considerando os casos em que não é possível quitar a pendência à vista). Depois disso, com o nome limpo, vale ficar atento às compras parceladas para não cair na mesma armadilha novamente.

“No Brasil, a gente tem muito a cultura de parcelamento, prestações, crédito. O que acontece é que, muitas vezes, as pessoas se perdem, porque é difícil mesmo gerir muitos empréstimos”, comenta Pascowich.

“Então, é importante lembrar que, quanto menos prestações você tiver, melhor – seja pelo controle financeiro, seja para sobrar mais para fazer algum investimento.”

3. Defina seus objetivos

Quitação de dívidas e colocar as contas em dia são os objetivos mais imediatos de uma pessoa em dificuldade financeira, mas não devem ser os únicos. Na hora de ajustar as contas é preciso considerar também os desejos de consumo.

Os especialistas recomendam que os os gastos supérfluos também devem ser planejados e colocados na ponta do lápis.

“As pessoas têm que ter objetivos na vida. Se você pretende viajar, mas não guarda dinheiro para isso, você não vai viajar. Planejando, você vai saber quanto consegue juntar por mês para fazer isso”, ensina Azevedo.

G1