Paraíba apresenta alta incidência de casos de hanseníase

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Foto: Ivomar Gomes Pereira

Ainda cercada por preconceitos, a hanseníase é uma doença que possui tratamento e cura. Em cinco anos foram notificados na Paraíba 2.951 casos da doença com 51 mortes, resultado que caracteriza o estado como área de alta endemicidade da doença, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Neste domingo (29) é comemorado o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, instituído pela Lei Federal 12.135 de 2009. A data é uma forma de alertar para a importância do diagnóstico e tratamento da doença.

No ano passado foram notificados 444 casos de hanseníase, enquanto em 2015 foram 538 casos. Em 2014, 581 paraibanos receberam o mesmo diagnóstico, número inferior a 2013, quando a SES contabilizou 645 casos da doença. Já em 2012, foram notificados 713 casos.

Os números mostram que as notificações apresentam queda a cada ano. O mesmo acontece com o número de óbitos, que apresentou uma redução de 50% no período de cinco anos. No ano de 2012, 14 paraibanos morreram em virtude da hanseníase, enquanto em 2016 foram registradas sete mortes.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, na Paraíba a hanseníase vem apresentando uma tendência decrescente nos coeficientes de incidência, que estão relacionados à detecção de casos novos, porém ainda com patamares elevados.

A chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas da SES, Lívia Borralho, explicou que apesar de ser uma doença crônica e infectocontagiosa, a hanseníase tem tratamento e cura. “No ano passado, considerando dados parciais, estamos com 68,6% de cura do total de casos notificados”, destacou Lívia.

Em menores de 15 anos foram notificados 28 casos. A prevenção ocorre à medida que o diagnóstico precoce da hanseníase é incentivado, pois com isso há uma quebra na cadeia de transmissão. Dessa maneira, a existência de casos novos de hanseníase em menores de 15 anos significa circuitos de transmissão ativos.

“As medidas de vigilância são focadas no aumento do percentual de exame de contatos. O tratamento da hanseníase é gratuito e disponibilizado nas Unidades Básicas de Saúde”, disse Lívia.

Tratamento nas Unidades de Saúde de João Pessoa

 A Rede Municipal de Saúde de João Pessoa oferece assistência desde a investigação do caso até o tratamento. Esse serviço é ofertado em todas as Unidades de Saúde da Família (USF) da Capital.

“Ofertamos uma assistência completa aos nossos usuários com suspeição de caso, diagnóstico, acompanhamento e tratamento, além de disponibilizarmos os medicamentos aos nossos usuários”, explica a coordenadora da área técnica de Hanseníase da Secretaria de Saúde de João Pessoa, Eveline Vilar.

Serviço de Referência em Campina Grande, Patos e Sousa

 O município de Campina Grande possui um serviço de Referência Secundária em Hanseníase e Tuberculose que funciona no bairro da Prata com equipe multiprofissional, dermatologista, pneumologista e enfermeiros; Em Patos, o serviço é oferecido na Policlínica Frei Damião no bairro Centro, Em Sousa a Policlínica Miriam Gadelha ambas com atendimento multiprofissional, consideradas referência para o atendimento na 2ª, 3ª e 4ª macrorregiões respectivamente.

Locais de tratamento: o diagnóstico e tratamento da doença devem, preferencialmente, acontecer nos serviços de atenção básica (USF). Todas as Unidades de Saúde da Família são orientadas e participam de qualificações relacionadas ao manejo clínico da doença, além disso, são realizadas atividades pelo Núcleo de Doenças Endêmicas, em parceria com o Hospital Clementino Fraga e Gerências Regionais de Saúde.

Principais sintomas: perda da sensibilidade ao calor, dor ou tato; ressecamento nos olhos, pele seca; queda de pelos do corpo bem como diminuição da força muscular, formigamento, nódulos (caroços) no corpo, que podem ser dolorosos e avermelhados.

Transmissão: a doença é transmitida através de portadores da hanseníase sem tratamento que eliminam os bacilos através de secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro. A maioria das pessoas que entram em contato com os bacilos não desenvolve a doença, mas fatores ligados à genética são responsáveis pelo adoecimento ou resistência. O período de incubação da hanseníase varia de três até cinco anos.

MaisPB (Com SES e SMS)