Deputado governista defende eleições diretas e cancela reunião com Temer: “Não há clima”

Reunião seria para discutir sobre as obras do Eixo Norte, o projeto de Zona Franca do semi-árido e pleitos feitos por gestores paraibanos na Marcha dos Prefeitos

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“Não há clima”, assim justificou o deputado federal Wilson Filho (PTB) ao cancelar a reunião que teria com o presidente Michel Temer (PMDB) no início da tarde desta quinta-feira (17). Segundo ele, o encontro trataria de pautas importantes, mas após a denúncia da JBS de que o presidente teria comprado o silêncio de Eduardo Cunha, a reunião seria inoportuna.

“Foi uma coisa dos dois lados, na hora que eu perguntei se era bom cancelar a agenda, eles, da presidência, confirmaram que era melhor”, contou. De acordo com o deputado, a reunião seria para discutir sobre as obras do Eixo Norte, o projeto de Zona Franca do semi-árido e pleitos feitos por gestores paraibanos na Marcha dos Prefeitos.

Wilson Filho afirmou que a gravidade da denúncia contra Temer causa constrangimento em todo o governo e nos aliados. “A gente fica triste, porque a gente percebe, por opiniões dadas por ministros do STF, que os áudios e vídeos são verdadeiros e causam um constrangimento público para quem está no governo, para quem faz parte e para o governo em si e isso já causa um estremecimento econômico enorme”, disse.

Questionado se o melhor caminho para Temer seria pedir a renúncia, o deputado disse que a situação deve ser avaliada e defendeu a realização de eleições direta. “É isso que a gente tem que avaliar. Eu acho que o ambiente fica cada vez mais fortalecido para a realização das eleições diretas. A população tem cobrado isso já há muito tempo”.

Caso o presidente renuncie ou sofra impeachment, faltando menos de dois anos para o fim do mandado, a Constituição estabelece a realização de eleições indiretas, ou seja, um novo presidente seria eleito pelo Congresso Nacional. Apenas uma mudança na Constituição através de Proposta de Emenda (PEC) o Brasil poderia ter eleições diretas.