‘O povo está enojado com a política e isto é perigoso para a democracia’, diz Anísio Maia

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O deputado estadual Anísio Maia (PT), analisou neste domingo, 24, o impacto da atual crise política nas eleições municipais deste ano. Para o petista, “o principal efeito da crise é o aumento da rejeição popular à política e aos políticos”.

De acordo com Anísio Maia “Este desencanto com a política só desfavorece os políticos que atuam a partir de princípios ideológicos e programáticos. Em uma época marcada por Cunha e Temer, todos nós somos nivelados por baixo. Quando temos o Congresso marcado por negociatas e o vice-presidente traindo e articulando um golpe na presidenta, é passado para o povo o recado que este vale tudo é normal”, e acrescentou que “nos estados e municípios já se tornou corriqueiro a traição de partidos e de aliados, fazendo hoje o que se condenava ontem”.

Para Anísio Maia, este é um cenário perigoso para a democracia. “Primeiro, porque de um lado, este mar de lama aumentará o percentual do eleitorado disposto a negociar seus votos, já que o péssimo exemplo vem de cima. Por outro lado, criam-se espaços para propostas fascistas, autoritárias, antipolíticas e antidemocráticas”.

 “Enquanto o dinheiro definir a política, estaremos na mesma lama. Quem gasta milhões em uma campanha está fazendo um investimento e quem investe espera o retorno. É o sistema todo que está bichado e incentiva o surgimento de corruptos e corruptores”, afirmou Anísio Maia.

Outro aspecto apontado pelo deputado como falência do atual sistema político é a proliferação de partidos. “Engana-se que esta quantidade absurda de partidos políticos, atualmente 35 legendas, é sinal de maturidade democrática. Ao contrário, o que prevalece no Brasil é a ideia de que se deve votar nas pessoas e não nos partidos. A simples proibição de coligações proporcionais já evitaria esta inundação de partidos sem definição ideológica e que aumentam a barganha por espaços, levando o país à ingovernabilidade”.

“Não podemos colocar as raposas para cuidar do galinheiro. É preciso uma constituinte exclusiva para a reforma política feita sem a presença dos atuais políticos tradicionais. Só poderão ser eleitos para esta constituinte, nomes que nunca tenham exercido cargo eletivo e que fiquem inelegíveis para a próxima eleição subseqüente. Tão logo terminem as eleições municipais, acredito que toda a sociedade deveria se empenhar neste sentido”, concluiu.

Assessoria