Operação Calvário: Governo do PSB na berlinda

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Confúcio ensinou que “uma imagem vale mais que mil palavras”, ou seja, permite o entendimento de uma ideia, de uma mensagem ou de um fato de forma rápida e simples. A publicidade e o jornalismo atestam essa verdade diariamente O poder da imagem é também o que pode explicar porque não está produzindo efeito o esforço dos governistas para dissociar o governo e seus líderes das denúncias da Operação Calvário, que levaram a secretária Livânia Farias (Administração) para a cadeia, sob acusação de integrar uma organização criminosa criada para desviar dinheiro da Saúde e contemplar agentes públicos, denominação que inclui políticos, destaca coluna da jornalista Lena Guimarães, no Correio da Paraíba.

Foi a imagem de Leandro Nunes Avezedo (ex-assessor de Livânia), recebendo uma caixa com cerca de R$ 900 mil de Michelle Cardoso (Cruz Vermelha), em hotel de luxo no Rio de Janeiro, que tornou a história que ele contou ao GAECO/MPPB crível: que o dinheiro era propina, que transferiu a maior parte para fornecedores da campanha do PSB, que os pagamentos eram regulares e que sua chefe comprou casa e carros com a parte que lhe cabia.

Foram as imagens das tabelas usadas pelo relator Nominando Diniz no julgamento das contas da Cruz Vermelha no TCE, para detalhar irregularidades e exigir devolução de R$ 8,9 milhões só de 2013, que fortaleceram convicção sobre desvios.

Foi a imagem de uma Livânia muito abalada, na Audiência de Custódia, que deu uma ideia da razão para ter recebido visitas de várias autoridades, agora ex-colegas, no domingo, na 6ª Companhia da PM.

A defesa esperava revogar a prisão de Livânia. Não conseguiu. Pior: foi comunicada de um novo mandado de prisão em outro processo da Operação Calvário, e que não poderá receber visitas que não sejam de seus parentes próximos ou advogados.

Mais: como entre os visitantes do domingo estariam integrantes da cúpula da Segurança Pública da Paraíba, o juiz decidiu que só os agentes do GAECO poderão fazer sua escolta.

O poder das imagens, mais as palavras do delator, as ações do GAECO, as decisões da Justiça e do TCE, juntas, tornam hercúleo o desafio dos governistas de construírem uma narrativa que possa blindar o governo e o PSB. E as investigações continuam.

TORPEDO

“Ao governador caberia, como coube, esperar os desdobramentos. Nós entendemos enquanto cidadão e como líder do governo que não houve um retardo. O governo tem que agir com o respeito as liberdades individuais e coube ao governador não puni-la de véspera.”

Do líder do governo, Ricardo Barbosa, para quem João Azevedo respeitou a presunção de inocência ao preservar Livânia no cargo após Calvário II.

Crítica

O líder da oposição, Raniery Paulino (MDB), faz avaliação diferente da de Ricardo Barbosa: “O governo ao invés de se mostrar isento e imparcial às investigações, mostra-se solidário às práticas da ex-secretária”.

Alvo?

O deputado oposicionista, que antes fez pedido semelhante para o ex-assessor e colaborador Leandro Nunes Azevedo, sugere que a ex-secretária deve ser transferida para um presidio mais seguro.

Lamento

A deputada Camila Toscano (PSDB) comentou prisão de Livânia: “É muito triste ver que o nosso Estado estava sendo saqueado desde 2011 por pessoas que pregaram a honestidade e a transparência nas ações”.

A sucessora

Com a exoneração a pedido de Livânia Farias, o governador João Azevedo anunciou que a secretária adjunta, Jaqueline Fernandes, passará a responder pela Administração. Ato está no Diário Oficial de hoje.

Destaque

A vice-governadora Lígia Feliciano foi reeleita vice-presidente nacional do PDT na convenção que também manteve Carlos Lupi na presidência e decidiu que o partido votará contra reforma da Previdência.

Fonte: paraibaradioblog.com