Polícia Federal abre inquérito sobre candidatas laranja ligadas a ministro do Turismo

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A Polícia Federal instaurou nesta quarta-feira (27/2) um inquérito para investigar o esquema de candidatas laranja do PSL de Minas Gerais vinculadas a Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo. O Ministério Público entregou à polícia nesta quarta depoimentos de pessoas ouvidas sobre a situação, além de documentos. As informações são da Folha de S.Paulo.

O promotor de Minas Fernando Ferreira Abreu realizou oitivas desde a semana passada. A polícia vai, a partir de agora, conduzir a investigação, dando as diretrizes ao trabalho. O ministro do Turismo deve ser ouvido, segundo os investigadores. Na sexta (22), a Folha noticiou que a PF havia decidido investigar o caso.

O escândalo dos laranjas do PSL levou à queda de Gustavo Bebianno do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência e deixou o ministro do Turismo em situação delicada. Integrantes do PSL passaram a defender a demissão dele.

As autoridades de Minas Gerais iniciaram a investigação do caso após o jornal mostrar, no dia 4 de fevereiro, que o ministro do Turismo, deputado federal mais votado no estado, patrocinou um esquema de quatro candidaturas de laranjas, todas abastecidas com verba pública do PSL.

Álvaro Antônio era presidente do PSL em Minas e tinha o poder de decidir quais candidaturas seriam lançadas. As quatro candidatas laranja receberam R$ 279 mil da verba pública de campanha da legenda, ficando entre as 20 que mais obtiveram dinheiro do partido no país inteiro.

Sem campanha efetiva

Desse montante, pelo menos R$ 85 mil foram destinados a quatro empresas que são de assessores, parentes ou sócios de assessores do hoje ministro de Bolsonaro. Ele nega irregularidades. Não há sinais de que essas candidatas tenham feito campanha efetiva durante a eleição. Ao final, juntas, somaram apenas cerca de 2 mil votos, apesar da importância recebida para a campanha.

Nessa terça-feira (26), o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido do ministro do Turismo para que a investigação sobre candidatas laranja do PSL aberta em Minas Gerais passasse a tramitar no Supremo.

Para Fux, a jurisprudência do Supremo diz que supostos crimes eleitorais cometidos por candidatos à reeleição, como é o caso do ministro em 2018, não devem ser investigados na corte.

Laranja pernambucana

Em outra reportagem, a Folha mostrou que uma candidata laranja em Pernambuco recebeu R$ 400 mil de verba pública a quatro dias da eleição e gastou quase tudo em uma gráfica cujo endereço era de fachada.

A Polícia Civil e o Ministério Público estão apurando o episódio. A PF de Pernambuco também entrou no caso, com uma investigação preliminar, que antecede o inquérito.

 

Fonte:VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL