Preço do petróleo dispara após ataques à maior refinaria do mundo na Arábia Saudita

Estados Unidos acusam o Irã pelos atentados. Logo depois do bombardeio, o grupo rebelde Houthi assumiu a autoria do ataque e afirmou que usou drones.

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O ataque à maior refinaria de petróleo do mundo, na Arábia Saudita, causou uma disparada do preço do produto no mercado internacional e afetou bolsas de valores do mundo inteiro.

Os 15 prédios e um campo de extração de petróleo bombardeados na Arábia Saudita mergulharam o mundo em um problema econômico real e em uma incerta tensão militar. A certeza é que parte da economia mundial ficou em chamas junto com a refinaria estatal atingida no sábado: a maior do planeta, responsável por 5% do petróleo consumido no mundo. Cinco por cento pode não parecer muito, mas essa é a maior interrupção na produção de petróleo da história. Foram cortados do mercado quase 6 milhões de barris por dia.

Os Estados Unidos e outros países anunciaram que podem usar suas reservas estratégicas para suprir a demanda mundial. Nesta segunda, o petróleo teve um volume recorde de negociação. O barril do tipo brent, no Reino Unido, que é uma referência internacional, encerrou o dia com uma alta de quase 15%. O maior ganho percentual diário em mais de 30 anos. E as bolsas na Europa e Estados Unidos caíram.

Se o que já se sabe é ruim, as incertezas têm muito mais risco a oferecer. Até agora não há confirmação de onde saiu o ataque e quem foi o responsável. Logo depois do bombardeio, o grupo rebelde Houthi assumiu a autoria do ataque e afirmou que usou drones. Os Houthis disputam o poder no Iêmen em uma guerra sangrenta, que levou o país ao que a ONU classifica como a maior tragédia humanitária do mundo. Eles têm o apoio do Irã e, este ano, intensificaram os ataques contra a Arábia Saudita.

É que os sauditas lideram uma coalizão de países que apoiam o governo do Iêmen na luta contra os rebeldes Houthis. A coalizão é formada por oito países árabes e tem auxílio dos Estados Unidos, Reino Unido e França.

Nesta segunda, o porta voz da coalizão foi a TV afirmar que a investigação aponta que os bombardeios não partiram do Iêmen, e foram feitos com armas iranianas. A declaração segue a mesma linha dos Estados Unidos, que acusam o Irã de ser o responsável pelo ataque. Teerã nega qualquer participação e chamou as acusações de inaceitáveis. Os Houthis reforçaram que foram os responsáveis e ameaçaram fazer um novo ataque a qualquer momento.

No final de semana, o presidente Donald Trump anunciou: os Estados Unidos estão armados e prontos para disparar. Mas hoje Trump disse que gostaria de evitar um conflito militar e que vai discutir com os sauditas os próximos passos.

Diante da possibilidade de um conflito, as forças mundiais reagiram. O chanceler britânico disse que vai trabalhar com os parceiros internacionais na mais ampla e efetiva resposta ao ataque. Israel anunciou estar preparado para possibilidade de ser envolvido em um conflito. A Rússia afirmou que discutir uma retaliação seria precipitado e o presidente Valdimir Putin disse que as armas russas protegeriam as instalações sauditas.

Havia a expectativa que os líderes do Irã e Estados Unidos se reunissem em Nova York, na semana que vem, durante a Assembleia Geral da ONU, mas o porta-voz do governo iraniano disse que o presidente Hassan Rohani não vai se encontrar com Donald Trump.

Fonte: g1.globo.com