“Nós somos o trânsito” é o tema do Movimento Maio Amarelo, que está na sua 5ª edição com o objetivo de provocar na sociedade discussões e atitudes voltadas à necessidade urgente da redução do número de mortes e feridos graves no trânsito. Na Paraíba, o movimento é organizado pelos órgãos que também fazem parte do  Comitê Operativo Estadual para Vigilância e Monitoramento de Acidentes de Trânsito, formado pelas Secretarias de Estado da Saúde; Educação e de Segurança Pública/Polícia Civil; Detran; BPtran; DER; Polícia Rodoviária Federal (PRF); Semob; Resgate do Corpo de Bombeiros; Samu-JP; Ong Andrae; e Secretaria Municipal de Saúde da capital.

Durante todo o mês de maio estes órgãos realizam ações de educação para o trânsito e fiscalização com o objetivo de reduzir o número de acidentes de trânsito na Paraíba. A Saúde disponibiliza banners, folders e camisetas, além de participar efetivamente destas ações integradas.

“Existe um conjunto de fatores e responsabilidades que não são apenas do poder público, mas também da sociedade. Muitos motoristas não respeitam a faixa de pedestre, por exemplo, colocando em risco sua vida e a dos pedestres. Devemos nos questionar, será que realmente respeitamos determinadas regras? Essa conscientização é o primeiro passo para evitar acidentes de trânsito e, consequentemente, diminuir o número de mortes”, disse a secretária de Estado da Saúde, Claudia Veras.

O registro nos três hospitais do Estado referência no atendimento às vítimas de acidentes de trânsito, revela a gravidade da situação. No Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, somente no primeiro trimestre de 2018, foram 2.822 atendimentos de vítimas de acidentes de trânsito, sendo 2.110 acidentados de motos; 320 de carro; 232 de bicicleta e 160 atropelamentos.  Em 2017, foram 11.816 atendimentos, sendo 9.289 de motos; 1.099 de carro; 783 de bicicleta e 645 atropelamentos.

Os acidentes de trânsitos também estão no topo das ocorrências do Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. Só no primeiro trimestre de 2018, foram 2.537 entradas. Em 2017, foram contabilizadas 11.009 vítimas. Se comparado a 2016, houve um aumento de 7%, quando 10.272 casos foram registrados.

 

No Hospital Regional de Patos, de janeiro a abril, de 2018, foram 1.052 atendimentos, sendo 924 de motos; 44 de carro e 84 de outros tipos. Em 2017, foram 2.987 atendimentos de pessoas acidentadas, sendo 2.524 de motos; 177 de carro e 286 de outros tipos.

Ainda há o FormSUS, um sistema onde são registrados os dados dos acidentes de trânsito que dão entrada em todos os hospitais públicos e privados da Paraíba. Por meio dos dados registrados, o sistema apresenta um panorama dos acidentes no estado.

 

De acordo com esses dados, os acidentes acontecem mais aos domingos e no período da noite; o maior número de pessoas envolvidas é do sexo masculino e os tipos de veículos são carros, bicicletas, ônibus, caminhões e motocicleta, que, de forma disparada, aparece em primeiro lugar. Dos 10.258 veículos envolvidos nos acidentesregistrados no FormSus , 9.068 são motos.

 

Mesmo havendo subnotificação no FormSUS, percebe-se a disparidade da quantidade de acidentes de motos em relação às demais modalidades de acidentes. Entre 2016 e 2018, foram 7.805 quedas de moto; 3.183 colisões; 367 atropelamentos; 234 capotamentos e 74 abalroamentos.

 

“A nossa preocupação é a de promover a conscientização e a prevenção para evitar todo tipo de acidente, mas não há dúvidas de que as motos são as campeãs das ocorrências. E o que se observa é que boa parte usa o capacete e os equipamentos de segurança de forma incorreta, sem contar na maneira como pilotam, gerando insegurança para o piloto e o carona, se for o caso, os pedestres e também os condutores dos outros veículos”, disse a chefe do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da SES, Gerlane Carvalho.

 

Redaçãoc com Secom-PB