Trauma de JP recebe 28 vítimas de acidentes de moto por dia

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Muito se reclama das leis que surgem para obrigar o motorista a fazer isso ou aquilo. A mais recente delas obriga o condutor a ligar os faróis sempre que transitar em rodovias. Outra polêmica é em relação à Lei Seca, que proíbe o óbvio: dirigir sob efeito de álcool. Enquanto as leis são discutidas (e descumpridas), o trânsito sofre com a epidemia de acidentes de motos.

Só em junho passado foram 823 acidentados, segundo dados do Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Nos seis primeiros meses deste ano, o número salta para a marca – quase inacreditável – de 5.024 acidentes com motocicletas. São quase 28 acidentes por dia. Mais de um por hora. As vítimas, em sua maioria, são jovens. Alguns, sequer chegaram aos 25 anos. Quando não morrem, ficam meses em uma cama de hospital. Não raro, recebem alta e vão para casa com sequelas para o resto da vida. Perdem movimentos. São forçados a abandonar sonhos, carreira etc.

Há poucos dias, a vítima foi um bebê de apenas seis meses, que caiu da moto e morreu na hora. Outra vítima que entrou para as estatísticas dos mortos no trânsito na Paraíba foi um jovem de 22 anos, falecido na terça-feira (9), em Campina Grande. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o rapaz fez uma ultrapassagem indevida e bateu de frente com um caminhão, tendo morte imediata.

Embora os números apontem para um sério problema de saúde pública, o que se vê nas ruas é contraditório. São motociclistas ultrapassando o sinal vermelho, em alta velocidade, fazendo zig zag em meio aos carros, sem capacete… Como se fossem imunes aos perigos que o trânsito oferece a todos que estão nele, incluindo pedestres.

Soma-se a esse comportamento o incentivo das concessionárias em vender motocicletas com prazos a perder de vista. Enquanto isso, as cidades – inclusive do interior – carecem de um forte trabalho de conscientização sobre a importância de respeitar as leis de trânsito. No espera por providências das autoridades, os leitos de hospitais ficam sobrecarregados com vítimas cada vez mais jovens e imprudentes.

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