Discussão na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro acaba em pancadaria generalizada

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Casa da população carioca, a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro protagonizou momentos de confusão na última sexta-feira. Membros do Movimento Brasil Livre compareceram ao local para adentrar um evento em memória da Revolução Cubana realizado no auditório pelo vereador Leonel Brizola (PSOL). Com a ação sendo filmada pelos próprios integrantes da organização, entre eles o policial militar Gabriel Monteiro, a segurança informou que o evento era fechado. Após um início de discussão o clima esquentou e terminou em pancadaria generalizada — com autorização do Coronel Marcos Paes, diretor de segurança. O caso foi registrado na 5ª Delegacia de Polícia (Centro).

Com a justificativa de questionar o intuito do encontro feito na Casa, os manifestantes filmaram toda a ação e indagavam quem passasse no entorno sobre o movimento cubano. Entre os questionados estava o vereador Tarcísio Motta (PSOL). Nas imagens, o vereador pede para marcar um debate em outro momento e encerrar a conversa, após ser interrompido sequencialmente. Em um momento adiante das gravações, Tarcísio intercede em defesa dos manifestantes e pede calma aos seguranças.

O clima de discussão logo avançou para as vias de fato. Ao questionar o motivo da reunião ser fechada, Gabriel Monteiro foi intimidado por um segurança não identificado. O agente em questão avança em direção aos manifestantes e os intimida. Toda a ação corre diante do coronel Marcos Paes, responsável pela segurança de todos na Câmara. No entanto, o oficial autoriza verbalmente a agressão ao manifestante, que se desencadeia em uma pancadaria generalizada. Entre os feridos, estavam, inclusive, duas mulheres.

— Estou com o pé machucado e inchado, não consigo nem mexer os dedos — relatou a mulher identificada como Edileuza.

Em outro vídeo, a frente da 5ª DP, Gabriel confrontou a alegação dos seguranças de que ele poderia agredir algum vereador. Ao lado do PM, o vereador Major Elitusalem (PSC) se manifestou contrário as agressões, classificadas como “absurdas”.

— Quando que eu ia bater em um vereador? Eu filmo tudo — rebateu Gabriel.

Em nota, o PSOL pontuou que “é espirito desta Casa abrigar eventos de diferentes matrizes políticas, e todos serão sempre passíveis de discordância, como se espera em uma democracia”. O Partido, no entanto, considerou oportunista e intimidatória a abordagem dos manifestantes.

“A manifestação livre de ideias, porém, não guarda qualquer relação com o oportunismo das práticas de intimidação e de falsas denúncias.”

Em nota a Polícia Militar informou que agentes do 5ºBPM (Praça da Harmonia) e do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (BPGE) acompanham e monitoram a aglomeração de pessoas nas proximidades da Câmara Municipal do Rio. A briga, com empurrões, socos e chutes, no entanto, foi considerada “um princípio de tumulto envolvendo algumas pessoas na entrada do edifício” e que “foi necessário o uso de armamento não letal para conter a confusão”.

EXtra Online